terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Bate-papo com o jornalista Waldir Leite

Ele é jornalista, romancista e roteirista. Foi colaborador em novelas como Vamp, Olho no Olho, Salsa e Merengue [Globo], Caminhos do Coração, Mutantes [Record]. Prestes a lançar os livros A Última Canção de Bernardo Blues e Ipanema em Lágrimas, Waldir Leite, expert em temáticas gays, topou bater um papo. Confira!

Por Isaac Santos

Paixão pelas artes, desde quando?
Waldir Leite – Desde sempre. Aprendi a ler sozinho, então a leitura sempre esteve presente na minha vida. Adoro a companhia dos livros. Sempre fui rato de biblioteca. Mas também curto música, artes plásticas, cinema e teatro. Sou mesmo do mundo das artes.

Mas qual a sua formação acadêmica, Waldir?
Waldir Leite – Sou jornalista e estudo Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Como se deu o início da carreira profissional?
Waldir Leite – Com dezesseis anos, antes mesmo de começar a estudar Comunicação Social na PUC, eu já tinha coluna num jornal de Recife. O Diário do Comércio. Era crítico de cinema. Depois comecei a estudar teatro. Quem me levou para a TV foi o Antônio Calmon. No final do Armação Ilimitada ele começou a fazer um novo seriado pra Globo chamado Shop Shop e me chamou pra participar da equipe. Mas a Globo só exibiu o piloto e desistiu do seriado. Foi nesse programa que foram lançados o ator Rodrigo Pena e o hoje diretor da Globo Pedro Vasconcelos.

Qual o caminho trilhado a partir disso?
Waldir Leite – Um caminho de muito aprendizado, boas oportunidades de trabalho, algumas frustrações e também muitas realizações.

Das realizações importantes, boa parte foi em parceria com o Antônio Calmon. Quais as lembranças mais sensíveis dessa fase?
Waldir Leite – Antonio Calmon é um amigo muito querido.  Com ele, além de Shop Shop, fiz Vamp, Olho no Olho e a minissérie Sex-Appeal. Vivemos bons momentos fazendo esses trabalhos. Aprendi muito trabalhando com ele. Ele me indicava livros e filmes. E gostava de ouvir minha opinião sobre tudo, pois me achava inteligente e talentoso. Sou muito grato a ele.

Trajetória bem sucedida, em andamento. Onde se encaixam frustrações?
Waldir Leite – As frustrações fazem parte da vida. Procuro conviver bem com elas. Na TV a maior frustração foi a decisão da Globo de não produzir a novela “Escândalo”, do Miguel Falabella. Eu cheguei a ser contratado pela emissora, para fazer parte da equipe do Miguel. Seria a primeira novela-solo dele. Mas forças ocultas, de dentro da própria Globo, boicotaram o projeto, alegando que ele não ia conseguir fazer a novela sem a Maria Carmem Barbosa.

Como você percebe o atual cenário da teledramaturgia brasileira?
Waldir Leite – Não acho que estamos na melhor fase da teledramaturgia. Pelo contrário. O estilo de novelas produzidas pela Globo anda muito padronizado. A falta de concorrência deixa a emissora sem um ponto de referencia. Além disso, tem muita gente sem talento escrevendo para a TV.

"Falta de concorrência"!?
Waldir Leite – A Globo domina o mercado de teledramaturgia. O que existe nas outras emissoras são apenas tentativas.

Essa "gente sem talento" tem espaço na Globo?
Waldir Leite – Sim!

Você está prestes a lançar dois livros: “A Última Canção de Bernardo Blues” e “Ipanema em Lágrimas”. Fale-nos sobre.
Waldir Leite – "Bernardo Blues" é um romance policial ambientado nos bastidores da vida mundana da zona sul do Rio. Ao mesmo tempo é a história de um rapaz que sai do interior e fica encantado com a vida na cidade grande. "Ipanema em Lágrimas" é um livro sobre a ditadura militar no Brasil.

Ficção com doses de realidade...
Waldir Leite – A vida real é sempre uma grande fonte de inspiração. Tudo o que acontece à minha volta, tudo o que eu vejo, tudo o que eu sinto, está presente na minha literatura. Em ambos os livros existem relações com fatos reais. Mas eu pego esses fatos e os transformo em literatura pura e simples.

Quando e onde serão lançados?
Waldir Leite – Serão lançados nesta quinta-feira, às 19 horas, na Livraria da Travessa, em Ipanema, Rio de Janeiro.

Previsão de lançamento em outras cidades?
Waldir Leite – São Paulo, Curitiba e Recife, por enquanto.

Focado ou já pensando em projetos outros?
Waldir Leite – Estou trabalhando num outro livro. Uma história picante ambientada nos bastidores do MMA. O livro se chama "Ring Girl - A Garota do Ringue".

Também com temática gay?
Waldir Leite – Não. Esse livro é sobre o universo dos lutadores e as Marias-tatames. A temática gay já me cansou um pouco. É um livro de temática essencialmente heterossexual.

Obrigado, Waldir. Sucesso!

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