terça-feira, 13 de agosto de 2013

Arbitrário Folhetim - 8º capítulo

De Isaac Santos

Capítulo 8

Cena 1. Rua Chile. Exterior. Dia.

Olga está caída no chão, desacordada. O motorista desce do carro. Davi, Antero e alguns curiosos estão por ali.

Motorista – Vamos tirar ela daqui, levar prum pronto socorro.
Antero – Não! Mexer no corpo de um acidentado pode ser pior. É melhor chamar uma ambulância.
Davi – O senhor tem razão. Eu vou correndo aqui no hotel, peço pra ligarem. (sai)
Motorista – Não foi minha culpa. Eu ainda freei, mas já tava muito perto...
Antero – (para os curiosos) Não fiquem em cima dela. (para o motorista) Vá embora, rapaz. Todo mundo viu que você não teve culpa. E o socorro já deve estar vindo.

Os curiosos concordam com Antero. O motorista não se faz de rogado, entra no carro, dá ré e some do local.

Cena 2. Hotel Palace. Sala da Gerência. Interior. Dia.

Alexandro – Preparada pra começar os ensaios, Clotilde?
Clotilde – Ansiosa. (sorri)
Telma – Quase nem dormiu essa noite.
Alexandro – A gente tem que tá com tudo pronto no dia da estreia do bar. Eu vou apresentar vocês a um amigo que vai comandar os eventos. 
Telma – E eu começo que dia na recepção, Alexandro?
Alexandro – Eu prefiro que você dê uma força pra Clotilde por esses dias. (se levanta e vai até uma mesinha de canto) Aceitam uma água, um cafezinho?
Telma – Um cafezinho.
Clotilde – Um copo d’água mesmo.

Alexandro se aproxima da janela e repara na movimentação estranha na frente do hotel.

Cena 3. Rua Chile. Exterior. Dia.

Davi (para Olga, que continua inconsciente) – Aguenta firme, Olguinha!
Antero – Ela é parenta sua?  

Ouve-se a sirene. A ambulância chega. Todos abrem espaço. Olga é atendida.

Davi – O senhor tava me perguntando...
Antero – Sobre essa moça...
Davi – Sim, é uma prima minha.
Antero – Tomara não tenha acontecido nada de grave.
Davi – Amém! Eu vou com ela pro hospital.
Antero – Caso precisem de alguma coisa...
Davi – Obrigado!

Cena 4. Hospital. Corredor. Interior. Dia.

Vai passando um médico por ali. Davi resolve pedir informação sobre o estado de saúde de Olga.

Davi – Doutor, só uma palavrinha...
Médico – Pois não?!
Davi – Eu sou o responsável por uma paciente que deu entrada há algumas horas. Queria saber dela...
Médico – Assim é complicado saber de quem o senhor tá falando.
Davi – É uma jovem, loirinha... Foi atropelamento. O nome dela é Olga...
Médico – Sim, eu mesmo atendi essa moça. Ela está fora de perigo, sob observação.
Davi – (mais tranquilo) Obrigado, doutor.
Médico – Mas não conseguimos salvar o bebê. 

Cena 5. Hotel Palace. Bar. Interior. Dia.

Uma equipe continua os trabalhos para a inauguração do bar. Clotilde está ensaiando sob o olhar atento de Telma. Alguém se aproxima de Telma e lhe fala algo.

Cena 6. Sala da Gerência. Interior. Dia.

Alexandro e Antero estão em conversa avançada.

Alexandro – Eu vi que tava acontecendo alguma coisa lá embaixo. Tomara que o rapaz lhe dê boas notícias. 

A secretária entra.

Secretária – Com licença. Ela já tá aí. 
Alexandro – Sim, peça que entre.

A secretária se retira. Telma entra.

Telma (contente pela surpresa) – Seu Antero?!
Antero (se levanta e abraça Telma) – O Alexandro me disse que você tava por aqui...
Telma – Ah, que bom rever o senhor... E minha filha, como tá?
Antero – A mesma levada de sempre (sorri). Ela queria que eu a trouxesse, mas dessa vez tava complicado.
Telma – Não tem um dia que eu não pense nela.
Antero – Eu imagino...
Alexandro (interrompendo) – Ó, eu to é sobrando nessa conversa... Daqui a pouco volto. (sai)

Cena 7. Hotel Palace. Bar. Interior. Dia.

Clotilde ensaiando. Alexandro assistindo com olhar de desejo. Ao final de uma música ele se aproxima.

Alexandro – Será que to atrapalhando?
Clotilde (envolvente) – Vem cá... Vem me perguntar bem de pertinho...
Alexandro (se aproxima, a abraça por trás, põe a cabeça no ombro dela. Está excitado) – Eu perco totalmente a razão...
Clotilde – É? (se desvencilha dele) Mas pode chegar alguém...
Alexandro (puxa ela pela cintura, com tesão) – Você me provoca e agora fica fazendo charme... Danadinha!
Clotilde (friccionando o seu corpo no dele. Olhos nos olhos) – Você ainda não viu nada... (provocante)

Alexandro e Clotilde se beijam ardentemente.

Cena 8. Casa de Davi Valério. Banheiro. Interior. Noite.

Davi tomando banho.

Davi (consigo, intrigado) – Mas eu havia deixado ela tão bem.   
  
Fusão para

Cena 9. Casa de Davi Valério. Banheiro. Interior. Dia.

Davi tomando banho para ir buscar Olga no hospital. Está animado, cantarolando.

Cena 10. Hotel Palace. Recepção. Interior. Dia.

Telma está fardada, já desempenhando as suas funções. Conversa com uma colega. O telefone toca a colega atende. Alexandro se aproxima.

Alexandro – Bom dia! Tá tudo bem por aqui?
Telma – Tudo sob controle.
Alexandro – Eu quero dar uma palavrinha contigo. 
Telma – Algum problema?
Alexandro – Não, nada a ver com o trabalho. É só pra você saber que eu to indo lá em tua casa.
Telma – Ai ai ai, Alexandro... 
Alexandro – Fique tranquila. (sorri) Eu só vou levar ela num salão de beleza. Quero que ela seja a mais bonita da festa.
Telma – Tenho certeza que ela vai amar. 

Cena 11. Casa de Telma. Sala. Interior. Dia.

Clotilde está limpando a casa. Alexandro bate à porta. Ela vai atender. Abre e fica surpresa.

Alexandre – E essa cara... Não gostou de me ver?
Clotilde (dá um beijinho em Alexandro) – Seu besta. Eu nem imaginava que tu ia aparecer aqui de manhã cedo.
Alexandro – Não vai me convidar pra entrar?
Clotilde – Entre aí, mas não repare a bagunça. To dando uma faxinada.
Alexandro – Deixa tudo isso aí, toma um banho e se arruma que vou te levar num salão de beleza.
Clotilde – Eu nunca fui.
Alexandro – Quero você arrebentando hoje à noite.
Clotilde – Mas eu vou terminar de limpar a sala. Você pode esperar ali na cozinha enquanto eu acabo.
Alexandro – Teimosa! 
Clotilde – Já tomou café? O da garrafa tá fresquinho.

Alexandro vai pra cozinha. Clotilde se apressa em terminar a limpeza.

Cena 12. Hotel Palace. Saguão. Interior. Dia.

Antero e Cristina entram no hotel. Um mensageiro carrega as malas.

Cena 13. Hospital. Corredor. Interior. Dia.

Olga teve alta hospitalar. Davi carrega os pertences dela. Ela ainda caminha com cuidado.

Olga (feliz) – Ô acidentezinho providencial.
Davi – Podia ter morrido, peste.
Olga – E eu lá tive culpa? Já cansei de te explicar o que houve. (muda o tom) Mas eu ainda não to entendendo direito é essa história de ter que fingir. 
Davi – Confie em mim!
Olga – Eu tenho a chance de denunciar o cafajeste e tu me pede isso?
Davi – Acorda! Se esqueceu do vexame lá na delegacia?
Olga – Mas eu tenho que saber o que você pretende, meu filho... 
Davi – Em casa a gente conversa melhor. 
Olga – Não sei se eu vou conseguir... 

Davi e Olga passam pela recepção e se aproximam da porta principal do hospital.

Cena 14. Hospital. Entrada. Exterior. Dia.

Davi e Olga estão saindo do hospital.

Davi – O carro tá ali.
Olga – Mas não tem ninguém dentro.
Davi (avista Augusto) – O desgraçado tava fumando. Ele tá vindo ali agora. (Olga respira fundo)

Augusto se aproxima do carro sem perceber que Davi e Olga já estão lhe aguardando.

Davi – É o chofer do Antero? (Augusto confirma com a cabeça) Nós estávamos lhe esperando.

Olga lança um olhar dissimulado. Augusto perplexo diante de Olga.

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Fim do 8º capítulo.
Confira o 9º capítulo aqui.

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